Inflação desacelera e sobe 0,21% em junho, diz IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, desacelerou para 0,21% em junho, após subir 0,46% em maio. No ano, o índice acumula alta de 2,48%. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice veio abaixo do esperado pelo mercado, que previa alta de 0,30%. Mas, segundo Maykon Douglas, analista de research da Highpar, novos aumentos previstos para o segundo semestre devem impactar o IPCA até o fim do ano.

"Apesar desse bom qualitativo na margem, há uma série de pressões 'contratadas' para o segundo semestre, no caso: alta na energia elétrica em razão da mudança de bandeira tarifária, reajuste na gasolina e GLP a partir de julho e um ritmo mais forte do núcleo de serviços. O IPCA para o fim do ano deve ser maior do que se esperava há algum tempo", afirma.

Alta na alimentação e queda nos transportes
Sete dos nove grupos pesquisados registraram alta em junho. Segundo o IBGE, o grupo de produtos e serviços que teve o principal impacto foi Alimentação e bebidas, que apresentou alta de 0,44%, menor que em maio (0,62%). Os alimentos contribuíram com 0,10 ponto percentual (p.p.) para o índice de junho.

A alimentação no domicílio desacelerou de 0,66% em maio para 0,47% em junho. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). No lado das quedas, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).

A maior variação (0,54%) veio de Saúde e cuidados pessoais, com 0,07 p.p. de contribuição, influenciada pela alta dos planos de saúde (0,37%), decorrente do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no início de junho.

Grupo de produtos e serviços que teve o principal impacto foi Alimentação e bebidas | Divulgação/IBGE

Grupo de produtos e serviços que teve o principal impacto foi Alimentação e bebidas | Divulgação/IBGE

Os dois grupos que registraram retração no mês foram os de Transportes (-0,19%) e Comunicação (-0,08%). A queda no índice de transportes foi ocasionada pelo impacto da redução na passagem aérea, de 9,88% e -0,06 p.p. de contribuição no índice geral. Os combustíveis tiveram alta de 0,54%, com o óleo diesel (-0,64%) e o gás veicular (-0,61%) apresentando recuo e a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) com alta.

LIBERDADE FM/SBT