Produção de alevinos atenderá agricultores familiares da região do Araguaia
Está sendo implantado um laboratório no Assentamento Mãe Maria para recepção e treinamento alimentar dos alevinos.
O projeto para criação de pirarucus em cativeiro está sendo realizado em Mato Grosso, na Região Araguaia, e tem como meta para 2020, a construção de 20 tanques escavados de 800 metros quadrados para abrigar um casal de pirarucu em cada tanque.
Mario Cezar Barboza, coordenador do Projeto Pirarucu e técnico agropecuário da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) fala que a proposta é organizar a cadeia produtiva de produção do pirarucu na região de forma sustentável e ambientalmente correta.
De acordo com Barboza, o projeto começou devido à demanda por alevinos, já que alguns agricultores familiares estavam interessados na criação comercial em confinamento da espécie. Para o início da atividade, os alevinos de pirarucu serão produzidos em laboratório e repassados para os agricultores.
“O pirarucu é o peixe que mais cresce em cativeiro. No primeiro ano atinge o peso de até 10 quilos, considerado ideal para o abate”, comenta.
Na Associação do Assentamento de Trabalhadores Rurais do Projeto Mãe Maria Núcleo Embu e vizinhos (Itog), localizada em São Félix do Araguaia (1.200 km a Nordeste de Cuiabá), está sendo implantado um laboratório para recepção e treinamento alimentar dos alevinos. A prioridade do Projeto é a formação de casais, produção de alevinos e, em seguida, a engorda e produção de carne.
O laboratório está sendo instalado com a finalidade de atender produtores dos municípios de São Félix do Araguaia, Luciara, Alto da Boa Vista, Serra Nova Dourada, Novo Santo Antônio e Bom Jesus do Araguaia, Canabrava do Norte, Porto Alegre, Confresa, Vila Rica, Santa Terezinha, Santa Cruz do Xingu e São José do Xingu.
Segundo o coordenador, o objetivo é desenvolver e difundir tecnologias e práticas de manejo do pirarucu para criação em cativeiro e conservação da espécie no seu habitat natural. Serão instaladas Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) para capacitação de piscicultores, técnicos, formação de mão de obra e divulgação da atividade.
“Pelas vantagens comerciais, o pirarucu tornou-se presa cobiçada pela pesca predatória, sendo a criação em cativeiro uma alternativa para manter a preservação da espécie”, salienta.
O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo e o maior do Brasil. O bicho pode chegar a mais de dois metros de comprimento e pesar cerca de 200 quilos. Para criação dessa espécie serão executados dois projetos: o tanque elevado com alta concentração de peixe por metro quadrado de lâmina d’água, visitado no Estado de Rondônia que cria em cativeiro e tem legislação própria para o cultivo; e em tanques tradicionais.
O Projeto Pirarucu vem sendo executado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), Empaer e prefeituras. Barboza fala que o projeto teve início em 2017 e, desde então, foram realizadas diversas reuniões, treinamentos e visitas técnicas às propriedades.
“O pirarucu é uma espécie extremamente delicada para manuseio e captura, e estamos aprendendo todo manejo”, conclui Mário.
Liberdade FM / Olhar Alerta