Força-tarefa prende quadrilha de traficantes liderada por funcionário de farmácia

Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (14), a "Operação Escama", para cumprir 11 ordens judiciais de prisão preventiva e busca e apreensão contra alvos que se integraram para vender cocaína e maconha na cidade de Sorriso (420 km de Cuiabá). O líder da quadrilha seria o funcionário de farmácia, Danilo Pereira Lima, preso em novembro do ano passado na operação Xeque Mate.

O investigado e líder do grupo se apresenta para população como um cidadão honesto, trabalhador e de poucas posses. Todavia, descobriu-se nas investigações que se trata de uma estratégia para não levantar suspeitas a respeito das atividades criminosas”, explicou o delegado responsável pela investigação, Bruno França.

Ao todo, são cumpridos cinco mandados de prisão e seis de buscas em três cidades do interior do estado – Sorriso, Sinop e Mirassol d’Oeste. Atuam no cumprimento dos mandados equipes das Delegacias de Sorriso, Sinop, Araputanga, São José dos Quatro Marcos e Mirassol d’Oeste.

Conforme a investigação, Danilo Pereira e responsável por negociar os entorpecentes com fornecedores de outras cidades. A partir de dados extraídos da Operação Xeque-Mate, a Delegacia de Sorriso chegou a informações que colocaram o farmacêutico como líder da associação criminosa que chegou a negociar, em uma única transação, 200 quilos de cloridrato de cocaína.

Além disso, a associação criminosa estabeleceu valores altíssimos na revenda dos entorpecentes, negociando maconha com lucro líquido de 550% nas transações.

Segundo informações da assessoria de imprensa, a investigação da Delegacia de Sorriso estabeleceu a ligação entre o grupo, liderado pelo preso da Xeque Mate. Ele negociava no varejo as drogas fornecidas por, entre outros, um traficante de Mirassol d’Oeste, e depois repassava os pedidos a outro traficante da cidade, responsável por fazer a transação no atacado.

 

Após anotar as encomendas e recolher o pagamento de cada um dos pequenos traficantes, o líder do grupo repassava os pedidos ao fornecedor e depois era ressarcido a título de comissão por quilograma de droga vendida. Ele se referia à pasta base de cocaína como ‘peixe amarelo’ e à cocaína pura como peixe pintado”, explica o delegado responsável pela investigação, Bruno França.

 

 

Negociações

Os materiais reunidos na operação do ano passado permitiram à Delegacia de Sorriso identificar que o criminoso atuava também no comércio não apenas de maconha, mas também de pasta base de cocaína.

Em uma das negociações com o atacadista, ele diz que precisa de 120 quilos de cocaína para enviar ao Pará e ‘reclama’ que às vezes não consegue ‘suprir a demanda’ de seus clientes traficantes e pede a reserva de mais cocaína para distribuir e que pegaria o dinheiro de forma antecipada, como precaução.

A análise das informações permitiu ainda à equipe de investigação identificar um traficante do município de Mirassol d’Oeste, um dos fornecedores de drogas para o líder da associação criminosa de Sorriso. A investigação chegou ainda a informações sobre contas bancárias de terceiros que a liderança usava para ocultar o dinheiro recebido com o tráfico de drogas.

Além do tráfico de entorpecentes, o investigado também passou a fazer a receptação de joias oriundas do tráfico. A Polícia Civil apurou ainda que a intenção do grupo criminoso era abandonar o comércio de maconha e se dedicar, unicamente, à venda de pasta base de cocaína e de cocaína.

O nome da operação é uma referência a uma das gírias usadas para se referir à cocaína de alta qualidade, pela forma como a droga se esfarela ao ser manuseada, semelhante às escamas de peixe.

 

Olhar Direto — Liberdade FM