Água Boa quer chegar a 300 mil hectares com soja em quatro safras
Água Boa foi um dos municípios frutos dos projetos de colonização do pastor Norberto Schwantes e, por ser um dos mais antigos da região do Médio Araguaia, colonizado ainda na década de 1970, já foram abertas boa parte das áreas permitidas para o uso da agricultura e da pecuária.
Nessas quase cinco décadas, muitas crises fizeram ora com que a agricultura crescesse, ora com que a pecuária predominasse. Na agricultura, a cultura predominante no início era o arroz. Hoje é a soja e na segunda safra começa a ganhar espaço o gergelim.
Considerada a última fronteira agrícola do Mato Grosso, a região do Vale do Araguaia/Xingu possui muitas áreas de pastagens para serem convertidas em lavouras, podendo aumentar a produção agrícola sem derrubar novas áreas. Com o preço em alta da soja e do milho, a tendência é de um crescimento na área plantada de grãos.
Nesse quesito Água Boa se destaca como um dos municípios que mais possui espaço para aumentar sua área de lavoura. A AGRNotícias foi até a cidade e entrevistou a secretária de Desenvolvimento – Thiene Costa, que nos conta sobre o potencial do agro no município.
Com uma área total de aproximadamente 750 mil hectares, Água Boa possui hoje quase 400 mil hectares de área aberta. Desses, aproximadamente a metade é utilizado com soja na primeira safra e o restante é ocupado com pecuária.
Conforme Thiene Costa, a Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, Sindicato Rural e Associação dos Agrônomos, lançaram um projeto que está sendo chamado de ‘Água Boa 300 mil’, que tem por objetivo alcançar 300 mil hectares plantados com soja em quatro safras. “Nós queremos no prazo de quatro anos chegar a 300 mil hectares de soja sem desmatar”, disse a secretária.
Para a safra 2021/22, Thiene disse que a perspectiva é ir de 195 mil para 220 mil hectares com soja. Para segunda safra, ela disse que os produtores estão apostando bastante na cultura do gergelim. “O gergelim começou a despontar em 2020 e nesse ano teremos um crescimento grande na cultura”, falou. O gergelim está em fase final de plantio, com a finalização da colheita da soja.
Se a agricultura está crescendo, a secretária não aposta na diminuição da pecuária. Atualmente Água Boa possui um rebanho de 360 mil cabeças. A manutenção do rebanho se dá pelos confinamentos e também pela integração lavoura/pecuária, quando os produtores colhem a lavoura e soltam o gado na braquiária plantada logo em seguida. “A integração lavoura/pecuária é um casamento perfeito e o produtor consegue conciliar as duas coisas. Não queremos correr com a pecuária daqui, porque ela é essencial para Água Boa”, destacou.
Além dos preços favoráveis das commodities, Thiene diz que a chegada da ferrovia FICO em Água Boa, barateará o frete para os insumos que chegam e para a produção que sai do município e da região, o que incentivará ainda mais os investimentos no agronegócio. “O calcário chegará mais barato, o combustível chegara mais barato, os insumos agrícola chegarão mais baratos. Isso beneficiária diretamente o agronegócio”, finaliza.
AGR Notícias