Maduro antecipa Natal na Venezuela para outubro em meio a tensão com os EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o país celebrará o Natal a partir de 1º de outubro deste ano. A decisão, que já se tornou recorrente em seu governo, foi comunicada durante a 90ª edição do programa “Maduro+”, transmitido pela TV estatal e pelo YouTube.

“Vamos decretar que a partir de 1º de outubro, o Natal recomeça na Venezuela. Este ano também”, declarou Maduro, justificando a medida como uma forma de “defender a felicidade” e estimular a atividade econômica e cultural.

Segundo o ditador, a antecipação da data busca incentivar o comércio e proporcionar momentos de alegria à população. “Com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas e gaitas de fole. Esta é a maneira de defender a felicidade, o direito à felicidade, o direito à alegria”, afirmou.

Tradição criada em meio à crise

A prática teve início em 2013, quando a Venezuela enfrentava uma grave crise econômica e escassez de produtos básicos. Naquele ano, Maduro antecipou as feiras natalinas para movimentar a economia e oferecer alternativas à população. Desde então, o governo repete a estratégia com frequência, inclusive em 2024, apesar das críticas da Igreja Católica, que acusa o regime de usar a celebração religiosa como instrumento político e de propaganda.

Contexto de tensão internacional

O anúncio de 2025 acontece em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos. O governo venezuelano acusa o presidente americano Donald Trump de mobilizar tropas no Mar do Caribe, próximo à costa do país.

Maduro afirmou que a movimentação militar seria uma tentativa de se apropriar dos recursos naturais venezuelanos. “Eles vêm pelo petróleo venezuelano, querem de graça, pelo gás. Temos a quarta maior reserva de gás do mundo e as principais reservas de ouro”, disse.

Enquanto isso, a população convive com um cenário de dificuldades econômicas e instabilidade política, em meio a um governo que insiste em decretar a chegada antecipada do Natal como estratégia de estímulo social e comercial.

/ CNN