Comissão do Orçamento amplia fundo eleitoral para R$ 4,9 bilhões e reacende debate sobre responsabilidade fiscal

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aprovou um aumento expressivo no fundo eleitoral: de R$ 1 bilhão, valor inicialmente proposto pelo governo federal, para R$ 4,9 bilhões. A decisão reacende críticas sobre a falta de compromisso do país com a sustentabilidade das contas públicas.

O governo já vinha sendo questionado por medidas que ampliaram a fragilidade fiscal, como a PEC da Transição, a criação de um arcabouço fiscal considerado pouco rígido, a expansão da máquina pública, prejuízos nas estatais e aumento do crédito subsidiado. Para especialistas, essas escolhas refletem a ausência de uma política de contenção de gastos.

Contudo, a pressão sobre as contas públicas não se limita ao Executivo. O Congresso também tem papel central no desequilíbrio fiscal, ao insistir em emendas bilionárias, no fundo partidário e, agora, no aumento escandaloso do fundo eleitoral.

Muitos parlamentares, que em discursos exigem responsabilidade fiscal, acabam aprovando medidas que beneficiam diretamente seus partidos e campanhas. Em um ambiente marcado por fisiologismo e patrimonialismo, ideologias e valores costumam ceder espaço ao interesse político imediato.

O impacto desse cenário, mais uma vez, recai sobre a classe média, que continua arcando com o peso da carga tributária e sustentando o funcionamento dos três Poderes.

/ Jovem Pan News