Governo Trump promete resposta à condenação de Jair Bolsonaro

O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, prometeu reagir à condenação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (11) pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que classificou o julgamento como uma “caça às bruxas”.
Em publicação no X (antigo Twitter), Rubio afirmou:
“As perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros do STF decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas.”
Apesar da declaração, o secretário não detalhou quais medidas poderão ser tomadas contra o Brasil ou autoridades brasileiras envolvidas no processo.
Sanções contra ministros do STF
Rubio já havia defendido sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, que atualmente está na lista da Lei Magnitsky — legislação norte-americana que permite punir autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos.
Além de Moraes, outros sete ministros do STF tiveram seus vistos suspensos pelos EUA. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também estão proibidos de entrar em território norte-americano.
Medidas comerciais
A reação de Washington se soma a medidas já adotadas pelo governo Trump. Após articulações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do blogueiro Paulo Figueiredo, os EUA anunciaram recentemente a imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, citando o processo contra Bolsonaro como uma das justificativas.
Contexto
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado e outros crimes relacionados às tentativas de permanecer no poder após as eleições de 2022. Ele cumpre prisão domiciliar desde agosto, por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
A condenação abriu uma nova frente de tensão diplomática entre Brasília e Washington, colocando a Justiça brasileira no centro de críticas do governo Trump, aliado histórico de Bolsonaro.
CNN / Liberdade FM