Empresário morre em hospital de Querência (MT) após tomar injeção em farmácia

Caso aconteceu em abril, mas só veio a tona agora

A esteticista Marcella Ricci, da cidade de Querência, usou as redes sociais para denunciar suposta negligência, descaso e deboche envolvendo a morte de seu marido, o empresário Júnior Pereira, que morreu após levar uma injeção em uma farmácia, contrair uma bactéria mortal e morrer no Hospital Municipal da cidade. Não bastando a dor do luto, a técnica entrou com uma ação na Justiça de Mato Grosso contra a unidade de saúde e a drogaria. Júnior Pereira morreu em abril deste ano. Marcella acusa negligência da farmácia e por parte da unidade de Saúde do município em não diagnosticar o caso do seu marido com rapidez.

O caso repercutiu nesta terça-feira (24), quando ela denunciou a diretora do hospital, Juliane Molina, e a enfermeira Elisa Lacerda Abreu por estarem supostamente zombando da situação. Em uma série de vídeos em seu Instagram, Marcela narra os momentos difíceis que passou nas últimas horas com seu esposo. "No dia 22 de abril deste ano, meu marido amanheceu com sintomas de resfriado e ele estava com muita dor. Ele falou que iria na farmácia tomar uma injeção para que os sintomas passassem.Eu fui contra, mas ele foi. Tomou a injeção sem receita, aplicada por alguém sem formação, sem higiene. A partir disso, você assume riscos que podem ser causados à vida do outro", responsabilizou a esteticista. 

Ela lembra que no outro dia o marido reclamou de dor no trabalho e pediu para que ela fosse com ele ao hospital. Lá, ele se retorcia de dor e ao passar pela triagem contou que tomou a injeção da farmácia. O médico plantonista que o atendeu, conforme relato de Marcela, fez um corte no local da aplicação, para ver se sairia algum o pus, mas dali só saiu um gás. A esteticista conta que o marido reclamava de muita dor. "Ele ficava esperando em pé de tanta dor e não conseguia sentar. No quarto, quando fui tirar a roupa, ele estava em estado de putrefação. Ele apodrecia vivo na minha frente. A pele dele mudou para cor de berinjela e o edema dele aumentou. Em seguida, o rim dele parou de funcionar e só foram perceber 22h30", relembrou. Desesperada, Ricci afirma ter entrado em contato com os sócios-proprietários da farmácia que num primeiro momento a responderam e indicaram outro médico de um hospital particular.

Contudo, segundo ela, para o marido ter sobrevivido, ele teria que ter tido o glúteo ou a perna amputada, algo que não ocorreu. Em menos de 30 horas Júnior Pereira morreu. Foi então que Marcela conheceu a diretora do hospital, Juliana Molina. "Um dos seres mais desprezíveis que já pisaram no Universo. Ela nem sequer olhou nos meus olhos, desejou meus pêsames, nada", narrou a esteticista. Em seguida, Molina teria ido à Delegacia de Polícia Civil registrar um boletim de ocorrência para providenciar a liberação do corpo do empresário. Ocorre que no documento a diretora insinua que quem teria aplicado a injeção seria Marcella. "Ela fala da hora que ele deu entrada no hospital e duas linhas depois fala sobre mim.

Coloca a esposa do paciente faz harmonização de glúteo, resumindo, dá a entender que tinha sido eu quem aplicou alguma coisa no meu marido", comenta. Ricci revela que clientes dela foram ouvidos, mas que os médicos, enfermeiros e a diretoria do Hospital Municipal de Querência não foram interrogados. "Foram cruéis, maldosos, desprezaram meu marido. Se tivesse sido eu, eu teria admitido e capaz de ter morrido junto, pois não iria aguentar tamanha dor de culpa", disse a mulher. A esteticista conta ainda que recebeu prints após os vídeos dela viralizarem com uma enfermeira debochando da situação. Segundo ela, essa profissional foi a mesma que teria a consolado e tentado fazer com ela enviasse o corpo do marido ao Instituto Médico Legal.

Já outra seria uma enfermeira que tinha avisado que acionaria a Vigilância Sanitária, o que, conforme Marcella, é mentira. "São essas pessoas que são colocadas para cuidar da saúde das pessoas da cidade. O meu marido morreu. Vocês não tem respeito pelo ser humano. Exijo uma resposta das autoridades, meu marido morreu agonizando de dor, não parou de ter dor em nenhum minuto. Isso é um deboche, descaso, escárnio total", desabafou a esteticista.

Redação: Agencia de Notícias/Liberdade FM