Seca histórica no Pantanal: Governo impõe restrições no uso da água na Bacia do Rio Paraguai
O Pantanal de Mato Grosso enfrenta uma das secas mais severas de sua história, o que levou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) a tomar medidas drásticas para garantir o uso racional da água na Bacia do Rio Paraguai. A partir de agora, o consumo humano, a dessedentação de animais, o combate a incêndios, a preservação da fauna e as atividades econômicas serão priorizados, nessa ordem, com restrições no uso da água para outras finalidades.
As chuvas abaixo da média e as altas temperaturas agravaram a situação hídrica na região, com níveis dos rios atingindo valores críticos, bem abaixo da média histórica. Em Barra do Bugres, por exemplo, o nível do rio está em 45cm, quando a média para o período é de 85cm. Em Cáceres, a situação é ainda mais preocupante, com o nível atual de 81cm contra 200cm da média histórica. Em Cuiabá, o cenário é menos crítico, com 121cm contra 126cm da média, mas ainda exige atenção.
Com a estiagem prevista para durar até setembro, com pouca ou nenhuma precipitação esperada, a Sema teme que os níveis dos rios piorem ainda mais, colocando em risco o abastecimento humano, a fauna e flora do Pantanal e as atividades econômicas que dependem da água.
Priorizando o essencial para garantir a vida no Pantanal de Mato Grosso
Diante da gravidade da situação, a Sema definiu as seguintes prioridades para o uso da água na Bacia do Rio Paraguai:
Abastecimento humano: Garantir o acesso à água potável para toda a população é fundamental para a saúde e o bem-estar das pessoas.
Dessedentação de animais: A água é essencial para a sobrevivência dos animais, tanto da fauna silvestre quanto daqueles criados para a produção de alimentos.
Combate a incêndios: O Pantanal é altamente suscetível a incêndios florestais, que se intensificam durante a seca. A água é crucial para o combate a esses incêndios e para proteger a biodiversidade da região.
Preservação da fauna: A fauna silvestre depende dos rios e dos pântanos do Pantanal para sua sobrevivência. A disponibilidade de água é essencial para garantir a reprodução, alimentação e hidratação dos animais.
Atividades econômicas: As atividades econômicas que dependem da água, como a agricultura e a pecuária, serão permitidas, mas com restrições para garantir o uso racional do recurso.
Medidas para garantir o cumprimento das restrições
A Sema poderá revisar as outorgas de uso da água já emitidas, ajustando-as à nova realidade hídrica da região. A captação de água poderá ser racionada ou sofrer restrições, incluindo a limitação do lançamento de efluentes e do uso da água para diluição no rio. A Sema também pede à população que utilize a água de forma consciente, evitando o desperdício e adotando medidas de economia.
Liberdade FM/Assessoria