PCC assume domínio da rota do tráfico em Mato Grosso

Guerra de facções em Mato Grosso e briga territorial pelo domínio do tráfico de drogas é um dos apontamentos do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De acordo com o estudo, a maior facção do Estado, o Comando Vermelho (CV), está perdendo território, principalmente na zona de fronteira com a Bolívia, tendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) garantido o domínio da rota rodoviária para escoar a droga para São Paulo e Paraná. O levantamento atribui a força com o PCC aliado à Tropa Castelar, facção que se formou com dissidentes do CV.

O Atlas traz o retrato dos municípios brasileiros e também apresenta a característica de cada Estado. O estudo destaca que Mato Grosso pertence à região da Amazônia Legal e está localizado na fronteira com a Bolívia, possui posição estratégica para a entrada da droga no território nacional e, por isso, é palco de confrontos entre as maiores facções criminosas do Brasil, PCC e CV.

O PCC sempre atuou na fronteira, mas não tinha o domínio da rota rodoviária para escoar a droga para São Paulo e Paraná, que passa por Sorriso. Efetivamente, 2022 foi um ano de grande movimentação entre os grupos criminosos. A hegemonia do CV no Estado, principalmente, na zona de fronteira com a Bolívia, tendo a cidade de Cáceres como a principal referência, foi ameaçada com a entrada do PCC na região do meio-norte, cita trecho do estudo.

Guerra por domínio

Matéria divulgada pelo Jornal A Gazeta no dia 10 de junho revelou que, para tentar resgatar o domínio do tráfico na região oeste de Mato Grosso, o CV traz até premiações aos que se destacarem na venda dos entorpecentes. Em Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km ao oeste) e Pontes e Lacerda (448 km ao oeste), as premiações aos traficantes que mais venderem incluem um quilo de maconha para o primeiro lugar, R$ 500 no Pix para o segundo e o terceiro lugar ganha três meses de camisa paga, que é a mensalidade que o faccionado paga.

As informações são de um relatório encaminhado pela 4ª Vara Criminal de Cáceres (225 km ao oeste), ao Poder Judiciário de Mato Grosso. O decreto do CV traz uma tabela com o preço de venda que as bocas de fumo devem praticar, sob pena de salves para quem descumprir.

Liberdade FM/GazetaDigital