Cresce o número de pessoas em situação de rua em Água Boa.
A situação é preocupante; o jornalismo da Rádio Liberdade realizou levantamento da situação, e o que esta sendo feito para mudar esta triste realidade
A problemática de pessoas morando nas ruas, que antes era um fenômeno visto quase somente nas grandes cidades, tem começado a fazer parte do cotidiano das cidades menores.
As pessoas em situação de rua, comumente chamados de mendigos, pedintes ou andarilhos, compõem um grupo caracterizado pela invisibilidade social, remetidos na maioria das vezes ao descaso.
Em Água Boa, como na maioria das cidades brasileiras, este cenário se repete diariamente no centro, no canteiro de uma das avenidas mais movimentadas da cidade, a Av. Júlio Campos. No local, várias pessoas (algumas de fora), permanecem diariamente sob o conceito de viver na rua, e recentemente, na companhia de animais como cães.
Eles permanecem praticamente o dia todo no canteiro, e alguns até durante a noite, realizam abordagens às pessoas que transitam pelo local, sob a sombra da necessidade de esmola, ou da ação de um, ou outro cidadão que lhes estende a mão.
Pessoas de rua no canteiro da Av. Júlio Campos - centro de Água Boa
O poder público do município acompanha de perto o dia a dia destas pessoas, mas frente ao cenário encontra-se uma enorme complexidade, onde nota-se, a falta de políticas públicas definidas a nível federal estadual e municipal, que sejam específicas e direcionadas para uma solução possível.
Na busca por informações das posíveis ações do município sobre este problema, encontramos registros de um trabalho diário e constante do CREAS – Centro de Referência e Assistência Social de Água Boa, que realiza levantamentos constantes da convivência e permanência destas pessoas. A elas, é apresentando possibilidades de tratamento ou encaminhamentos, porém, nos registros dos atendimentos, foi possível notar que poucos aceitam, e os que foram encaminhados, um número irrisório, permaneceu até o fim do processo. Outros acabaram voltando para a rua. E em vários casos, eles mesmos se recusam a obter a ajuda, e preferem permanecer nos logradouros, mesmo enfrentando dificuldades de alimentação e higiene, o que os torna ainda mais vulneráveis.
Profisional do poder público em contato com moradores de rua
Um exemplo dessa escolha aconteceu no final do ano passado, quando a Polícia Militar ofertou um espaço no quartel do 16º BPM, para que essas pessoas pudessem realizar sua higiene pessoal, e receber orientações do comando, para retornarem para os endereços de seus familiares. Após tudo ser colocado em prática, no dia seguinte a essa ação, as mesmas pessoas estavam novamente nas ruas.
O jornalismo da Liberdade FM também esteve na Secretaria de Assistência Social do município, e verificamos que também é realizado um trabalho constante sobre o problema.
A Secretária de Assistência Social e primeira dama, Juliana Kolankiewicz, afirmou que o município está buscando alternativas com órgãos estaduais e federais para tentar estabelecer resolutividade sobre a situação, que já se faz presente em Água Boa a alguns anos.
Ela afirmou que todos os esfórços estão sendo feitos, na busca por alguma medida no sentido de ajudar estas pessoas.
Segundo levantamento, as principais causas que levam estas pessoas a morar nas ruas são; os problemas com familiares e companheiros (47%), o desemprego somando-se à inércia da pessoa pelo descrédito dado a si mesmo (40,5%), o uso abusivo de álcool e outras drogas (30,4%) e a perda da moradia (26,1%).
Jornalista Gilnei Macari - Liberdade FM