Nome ligado ao agro em Mato Grosso assumirá uma vaga no Senado
Carlos Fávaro (PSD) irá ocupar temporariamente o cargo que era da Juíza Selma Arruda (Podemos), que teve a cassação do mandato oficializada pela mesa diretora do Senado
Ex-vice-governador de Mato Grosso, o produtor rural Carlos Fávaro (PSD) deve assumir nos próximos dias uma cadeira no Senado Federal. Fávaro – que também presidiu a Aprosoja-MT – foi o terceiro colocado na disputa pelo cargo em 2018, sendo superado pela Juíza Selma Arruda (Podemos) e Jayme Campos (Democratas).
O acesso ao cargo é fruto de uma sequência de fatos envolvendo a cassação do mandato da senadora do Podemos em dezembro do ano passado, quando a Justiça Eleitoral apontou abuso de poder econômico e uso de “caixa 2” nas eleições de 2018. O Tribunal Superior Eleitoral chegou a determinar a realização de uma eleição suplementar para o cargo, prevista para o dia 26 de abril. No entanto, diante das medidas de prevenção contra o novo Coronavírus, o pleito precisou ser adiado e ainda não há data para a realização.
Antes mesmo do adiamento, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Tóffoli, havia determinado que o terceiro colocado nas eleições para o senado assumisse temporariamente a vaga da Juíza Selma Arruda. A decisão visava evitar que o cadeira destinada a Mato Grosso corresse o risco de ficar “vaga” após o Senado oficializar a cassação de Selma, prejudicando os interesses do Estado em Brasília. Essa oficialização, aliás, foi feita ontem (quarta-feira, 15) pela mesa diretora do Senado. Por 5 votos a 1, os integrantes do colegiado aprovaram o relatório do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que foi favorável à declaração da perda de mandato da juíza Selma, confirmando a decisão do TSE.
Para assumir a vaga, Fávaro precisava – primeiramente – aguardar que a decisão fosse publicada no Diário Oficial da União, o que foi feito nesta quinta-feira, 16. Em seguida, formalizou o pedido de posse junto ao Tribunal Regional Eleitoral e agora espera os trâmites legais para a diplomação. A expectativa,segundo a assessoria de imprensa do futuro senador, é de que isso ocorra ainda nesta semana.
O que diz a juíza Selma Arruda?
Eleita com mais de 24% dos votos válidos para o senado em 2018 – quando ainda era filiada ao PSL – a juíza Selma Arruda (atualmente no Podemos) comentou o desfecho da sua história no cargo por meio de nota encaminhada à imprensa. O texto diz que ela “recebeu a notícia sobre a decisão da Mesa Diretora com respeito e tranquilidade, certa de que sempre pautou sua trajetória com retidão dos seus atos como magistrada e parlamentar”. Selma destaca porém, “acreditar que vontades políticas com evidentes intenções obscuras prevaleceram no seu julgamento, o que fere a soberania do sufrágio popular e a obediência aos princípios do contraditório e ampla defesa”. A nota termina com a informação de que “a partir de agora, Selma irá se dedicar à advocacia e lutar para que outros cidadãos não tenham seus direitos cerceados como ocorreu no seu caso”.
Fonte: blogs.canalrural.com.br