Estômagos cheios mentes ardilosas - Por Luís Omar Pichetti
Historicamente o Brasil teve uma má distribuição fundiária, a partir das capitanias hereditárias, com o agravante da exploração da mão de obra escravocrata até o final do século XIX. Um fato lamentável, mancha indelével na formação da sociedade brasileira.
Dito isso, é imperioso compreender que a agricultura brasileira reinventou-se, desde a década de 70 do século XX, figurando atualmente entre as mais modernas, tecnificadas e sustentáveis do planeta.
Todavia, o ódio ao agro está cada vez mais evidente. Os críticos, por razões óbvias, abandonaram a já desgastada e impraticável ideia da " revolução proletária" e, ardilosamente, criaram uma nova agenda para vilanizar o setor da economia brasileira responsável por produzir alimentos para 20% da população mundial.
O mote da vez é criar fatos negativos sobre agrotóxicos e desmatamento. Sobre os primeiros o objetivo é manipular a opinião pública, passando a ideia que o produtor rural os utilizam de forma indiscriminada, fato absolutamente inverídico: os defensivos agrícolas são utilizados em todo o globo terrestre, sendo que o Brasil ocupa a posição de número 44 em seu emprego. Ademais, é preciso destacar que a ANVISA, a mesma agência que valida as vacinas humanas, legítima com rigor os defensivos e os qualifica como seguros, tanto que em 23/07/ 2022 aprovou o novo marco regulatório para agrotóxicos.
No que tange as questões ambientais as narrativas ignoram que as propriedades rurais brasileiras preservam áreas equivalentes ao tamanho da Espanha, Portugal e França somadas e que a adoção de tecnologias consolidou o aumento da produção sem ampliação de áreas, transformando o país em referência de produtividade com sustentabilidade.
Neste contexto, questões de cunho ideológico de caráter anti agro, verificadas na prova do ENEM, são, a meu ver, utilizadas para seduzir jovens, buscando impressiona- los, mesmo sem fundamentos, com questões acerca do desmatamento e uso de defensivos agrícolas.
Fica clara a estratégia dos opositores do agro, no sentido de influenciar aqueles que serão os futuros legisladores. Mesmo de estômagos cheios, usam suas mentes ardilosas, no sentido de difamar àqueles que lhes proporcionam o acesso a os alimentos.
*Luiz Omar Pichetti, é Engenheiro Agrônomo (UFSC/1982), com pós-graduação em Gestão Pública (UFMT), e, acadêmico de Direito (UNEMAT).
Liberdade FM