Portador de dislexia, vereador de Água Boa busca encorajar pessoas com mesma condição
O Vereador Heronides Silveira Junior (PL), revelou na primeira sessão ordinária do ano, realizada no dia 06 de fevereiro, que é portador de dislexia, um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem.
Junior Silveira foi eleito primeiro-secretário da Câmara de Vereadores de Água Boa, para o biênio 2023/2024, ele é um dos responsáveis por realizar a leitura do roteiro das matérias da sessão. Ele enfrenta o desafio de passar as informações de maneira clara a todos que estiverem acompanhando as sessões.
De acordo com o vereador, ele foi diagnosticado com dislexia já com 25 anos idade, diagnóstico tardio. “Tenho muita dificuldade, na leitura, escrita e na fala, por muitas vezes sofri preconceitos, quando mais novo, algumas pessoas diziam que tudo não passava de frescura, mas eu realmente tinha um problema” pontuou Junior.
Todos os problemas enfrentados não foi motivo para desistir. Ele estudou e se formou em direito, um de seus maiores desafios, pois o curso requer a leitura de muitos livros, leis, e muito tempo de empenho.
Junior é um exemplo de superação, e busca encorajar aqueles com a mesma condição, que apesar dos desafios, enfrenta-los deixa as pessoas mais fortes.
“Senhores Pais, quando notarem essas dificuldades no desenvolvimento de seus filhos, procurem um profissional especializado, pode ser que seja essa mesma condição. E se o diagnóstico for ainda nos primeiros anos de vida, tudo ficará mais fácil para a criança no futuro” alerta o vereador.
Sobre a dislexia
A dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica. Pessoas com dislexia apresentam um funcionamento peculiar do cérebro para os processamentos lingüísticos relacionados à leitura. O disléxico tem dificuldade para associar o símbolo gráfico, as letras, com o som que elas representam, e organizá-los, mentalmente, numa sequência temporal.
Sinais de alerta:
– dificuldades com a linguagem e com a escrita;
– dificuldades com a ortografia;
– lentidão na aprendizagem da leitura;
– dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
– dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;
– dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
– dificuldades para compreender textos escritos;
– dificuldades em aprender uma segunda língua;
– dificuldade de aprender rimas e canções;
– dificuldades com a linguagem falada;
– dificuldade com a percepção espacial;
– confusão entre direita e esquerda;
– desatenção e dispersão;
– dificuldade em copiar de livros e da lousa;
– dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc.
Diagnóstico:
O diagnóstico precoce e a aplicação de atividades específicas são essenciais. Além disso, quanto antes o transtorno for diagnosticado, menor será a defasagem escolar e os impactos emocionais da criança com dislexia.
Uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo clínico deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como neurologista, oftalmologista e outros, conforme o caso. A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.
Tratamento:
Sendo diagnosticada a dislexia, o acompanhamento deverá ser feito de acordo com as particularidades de cada caso. Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as características do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva. Ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Mediante seus esforços, adultos aprendem a conviver com suas dificuldades, e se tiverem feito um tratamento adequado, terão desenvolvido estratégias que compensarão estas dificuldades, facilitando-lhes a vida acadêmica.
Liberdade FM - (Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde)