Lula demite general Júlio Cesar de Arruda, comandante do Exército
Decisão se dá um dia após encontro do chefe do Executivo com os representantes das Forças Armadas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu neste sábado (21) o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda. A decisão se deu um dia após a reunião do chefe do Executivo com o ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, e com os comandantes das tropas. O novo comandante será o general Tomás Ribeiro Paiva que, na última quarta-feira (18) fez um forte discurso em que afirma que o Exército é uma instituição de Estado e que o resultado das urnas deve ser respeitado independentemente das posições pessoais de um outro militar.
Nos últimos dias, acumularam-se insatisfações do Palácio do Planalto com integrantes do Exército, sobretudo com a maneira como os militares lidaram com os acampamentos em frente aos quartéis pelo país e com as ações tomadas durante e após os atos de invasão e depredação de prédios no Palácio do Planalto. Além disso, integrantes do governo também afirmou que pesou o fato de que Arruda não aceitava retirar a indicação do nome do tenente-coronel Mauro Cid para comandar um batalhão em Goiânia. Cid, que era ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e viajou com ele para os Estados Unidos, voltou a ter seu nome colocado em evidência por suspeitas de uso irregular de cartões de crédito corporativos da Presidência da República.
Ao deixar a reunião de sexta-feira com os comandantes, José Múcio negou que os atos radicais do dia 8 tenham entrado na pauta, apesar das diversas declarações de Lula mostrando irritação com as atuações dos militares no episódio.
"Se vocês me perguntarem se tratamos sobre o dia 8, não tratamos. Isso está com a Justiça. Nós tratamos sobre a capacidade da geração de emprego que o Brasil tem na indústria de Defesa", disse o ministro depois da reunião. Ele admitiu, porém, o desejo de abandonar o clima de tensão. "Nós não tivemos um problema? Precisávamos ter uma conversa que não tratasse disso. Eu queria era virar a página, só isso", frisou José Múcio.
O Tempo – Liberdade FM