Família Bissolotti convida amigos e familiares para missa de 7º dia de Frederico Bissolotti

Patriarca deixa 11 filhos, 24 netos e 19 bisnetos

Nota de Vida e convite para missa de 7º dia

 

Viveu até 26 de janeiro de 2022 o senhor Frederico Bissolotti, meu querido avô. O Nono Frederico é contemporâneo da Rainha Elizabeth da Inglaterra, e fazia questão de comemorar seu aniversário duas vezes no ano; no dia 26 junho, data do seu nascimento e no dia 29 de dezembro que é a data constante em sua certidão de nascimento.

Nascido em Jacutinga-RS no ano de 1927, Frederico era neto de imigrantes italianos e em seus quase 95 anos de vida presenciou inúmeros momentos históricos dos séculos 20 e 21: Aos 12 anos em 1939 assistiu a eclosão da Segunda Guerra Mundial e as repreensões do governo brasileiro contra os imigrantes italianos; o Início da Guerra Fria em 1947; aos 27 anos de idade no ano de 1954 o suicídio de Getúlio Vargas; viu a construção do muro de Berlim dividir o mundo em dois blocos antagônicos colocando de um lado os socialistas e do outro os capitalistas,  assistiu também a sua derrubada no ano de 1989; comemorou os cinco títulos da seleção brasileira de futebol e assistiu a posse de 26 presidentes brasileiros.  Foi uma vida longa...

Pessoa decidida, casou-se com sua esposa Amélia depois de 3 encontros: no primeiro conheceu sua pretendente; no segundo viajou mais de 40 km à cavalo para entregar o anel de noivado e o terceiro encontro aconteceu na igreja, na cerimônia de casamento. Foram três meses de cortejo e 62 anos de casamento; seguindo ao pé da letra o juramento sagrado apenas a morte da dona Amélia (no ano de 2014), os separou.

O casal formou uma família numerosa: são 11 filhos, 24 netos e 19 bisnetos (sendo que um destes está a caminho). Ao lado da esposa sustentou sua família com enxada e suor e apesar de pouco alfabetizados educaram seus filhos com a melhor fórmula de todas: o exemplo.

Exímio jogador de canastra, cantor de cantigas italianas, tocador de gaitinha de boca e devoto de Nossa Senhora Aparecida, era um apaixonado pela vida.

Nos últimos tempos viu com tristeza a partida de sua companheira de vida, perdeu amigos, irmãos e talvez isso tenha sido um golpe duro para ele, já não encontrava mais parceiros de canto e nem jogadores de Quatrilho ou de Mora (o “Jogo da Mora” é uma tradição com origem na região italiana do Vêneto). Não ouvíamos mais ele tocando a sua gaitinha de boca.

Apesar de tudo, seu amor à vida se revelava de outras maneiras, o Vô nunca recusou convite para viajar e fazia questão de fazer ele próprio a limpeza de seu terreno. Há pouco tempo foi pego em flagrante no quintal de sua casa, trepado em um pé de abacate podando seus galhos, obviamente levou bronca, afinal, com mais de 90 anos naquela altura do campeonato, não se podia dizer que ele era exatamente um guri.

O nono Frederico gostava de receber visitas, o chimarrão estava sempre pronto infalivelmente às 7:00 horas da manhã na sua casa à espera de filhos, filhas, sobrinhos e netos que o visitavam quase todas as manhãs.

A vida é a implacável professora de todos nós, olhando para a sua longa jornada podemos dizer que ele foi um privilegiado.

Na última quarta-feira dia 26, Deus declarou encerrada a roda de chimarrão matinal na casa do nono Frederico.

Hoje, a Família Bissolotti convida a todos para a missa de 7º dia de falecimento que ocorrerá às 19:00 horas na Igreja Matriz de Água Boa.

 

P.S. “Esteja em paz, meu vô! Certamente o senhor foi recebido com um bom mate amargo de boas-vindas na sua chegada ao céu”. 

 

Geison Bissolotti