Mato Grosso é o novo epicentro da pandemia de Covid-19 no Brasil, segundo pesquisa.
Mato Grosso é o novo epicentro da pandemia de Covid-19, o coronavírus, no Brasil. O estado que, na região Centro-Oeste só fica atrás do Distrito Federal em número de mortes acumuladas por grupo de 100 mil habitantes, registrou o maior crescimento de óbitos do país em nove dias, segundo o que aponta uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Entre os dias 18 e 29 de junho, a quantidade de pessoas em Mato Grosso que tiveram suas vidas interrompidas pelo novo vírus dobrou de 295 para 590. As projeções do estudo indicam que o Estado deve ter 28 mil casos até 11 de julho.
Em Mato Grosso, 94% dos leitos de UTI estão ocupados, conforme apontam os dados oficiais da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) da última quinta (02). A indisponibilidade dos leitos é o fator mais agravante para o crescimento acelerado dos óbitos em decorrência da Covid-19.
Nesse sentido, Cuiabá também apresentou um crescimento significante, que acompanha as estatísticas catastróficas do Estado. Entre maio e junho, os óbitos na Capital cresceram 18% e os casos confirmados, cerca de 5%.
Um estudo da Prefeitura em conjunto à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aponta ainda que os dados são subnotificados, o que significa que os números reais podem revelar um crescimento ainda maior.É o que alertou o pesquisador da Fiocruz, Diego Xavier ao portal G1.
Segundo ele, dos 141 municípios mato-grossenses 37 enfrentaram o pior momento da pandemia na última semana.“Cuiabá também é um município que tem apresentado essa velocidade. Para a gente ter uma ideia, no estado todo, se a gente for considerar os óbitos, dos 141 municípios, 37 municípios enfrentaram até semana passada o pior momento da epidemia”, explicou.
O pesquisador ainda alerta que a situação epidemiológica do Estado pode se agravar, uma vez que ainda não ocorreu o pico da pandemia. "Com essa velocidade dos casos aumentando, a tendência é que nas próximas semanas sejam ainda mais difíceis", disse.
O pesquisador também ressaltou que o suporte de UTIs no Estado está esgotado e que, se o crescimento não for freado, o cenário será muito grave.Em entrevista à Globo News, o governador Mauro Mendes (DEM) responsabilizou os gestores municipais pelo avanço acelerado da Covid-19.
O governador pontuou que medidas desnecessárias foram tomadas no início da pandemia, quando as UTIs ainda estavam vazias e que, nos últimos 30 dias, com as medidas de flexibilização, houve pouco distanciamento.
“Precisamos ter um nível de distanciamento maior, mas existe uma resistência da população e de alguns prefeitos em adotar as medidas necessárias nesse momento. Em função disso, nós lamentamos o crescimento de casos e consequentemente o número de mortes”, ressaltou.
Durante a entrevista, Mendes também acusou diretamente o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de ter tomado as medidas de paralisação do comércio em um momento errado, o que acarretou na resistência do gestor municipal em adotar a quarentena obrigatória recomendada pelo Estado diante do agravamento do cenário.
“Ele tomou as medidas lá atrás quando tínhamos um caso, mandou fechar tudo e aÍ estressou comércio e gerou efeitos colaterais. É um remédio amargo, mas que é necessário aplicar no momento correto. Mas, o prefeito não queria tomar porque ele parou lá atrás atividade comercial no momento errado e não queria parar agora no momento certo”, disse.
Enquanto as alfinetadas políticas se arrastam, Mato Grosso já acumula 18.356 casos de Covid-19 e 706 mortos. Atualmente, 226 pessoas infectadas com o coronavírus lutam pela vida nos leitos intensivos do Estado. Outras 299 recebem atendimento em leitos de enfermaria.
Liberdade FM
Fonte: Hiper Notícias