Mais de 100 indígenas da etnia Xavante contraem o novo coronavírus e nove morrem. com a doença

Os Silvícolas ocupam 18 dos 33 leitos da UPA de Barra do Garças e a metade dos 8 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal.

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, são 102 casos confirmados de Covid-19 entre os indígenas da etnia Xavante, em Mato Grosso. Dessas vítimas, nove morreram. 
Na semana passada, os prefeitos da região se reuniram com deputados da bancada federal de Mato Grosso em uma videoconferência e pediram ajuda para a construção de um hospital para atender o povo Xavante.
Os xavantes são o 4º maior povo indígena do país. Cerca de 23 mil pessoas vivem na região leste de Mato Grosso
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Barra do Garças, por causa da Covid-19, os xavantes ocupam 18 dos 33 leitos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e a metade dos 8 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal. 
O líder xavante e presidente da Federação Indígena de Mato Grosso, Crizanto Rudzo, está internado em Barra do Garças com Covid-19. Na língua da etnia, ele gravou um vídeo pedindo que os indígenas fiquem em casa e evitem aglomerações por causa da doença. Ele ainda alerta que procurem ajuda se tiver sintomas como dor de garganta e febre.
Nesta época do ano, os xavantes costumam realizar vários rituais, como o de perfuração da orelha, que marca a passagem da adolescência para a vida adulta e que ocorreu há cerca de duas semanas na aldeia São Marcos em Barra do Garças.
Em um vídeo gravado por um morador da aldeia, é possível ver que não há o distanciamento mínimo recomendado de 1,5 metro e que ninguém está usando máscara de proteção. O líder indígena, Rafael Wéré É, diz que falta orientação adequada por parte das instituições responsáveis.
“Meu povo está sendo dizimado com o coronavírus e nenhum protocolo está sendo aplicado para o povo xavante. Nenhuma orientação do que se deve fazer o que não deve fazer”, afirma.
O representante da Operação Amazônia Nativa (OPAN), Ivar Buzato, diz que precisa haver soluções pra problemas como a adaptação de rituais para orientar os indígenas.
"É extremamente importante que possa haver pessoas e equipes para dialogar com os líderes dessa sociedade para poder encontrar soluções de todas os problemas que estão aparecendo.
Soluções como o que fazer com a pessoa que contaminada com o coronavírus, faleceu e precisa ser enterrado com um ritual adaptado a situação”, afirma.

Redação Liberdade FM

Fonte - Centro América