Taxa de acidentes com morte quase triplica em 4 anos em MT

Entre as principais causas apontadas estão a alta velocidade, aliada à desatenção dos condutores seguem entre os principais comportamentos mais letais Foto: Assessoria PRF

As rodovias e vias urbanas que cortam Mato Grosso estão longe de ser espaços de plena segurança.

Isso porque, embora o número de acidentes de trânsito tenha se estabilizado ou diminuído ligeiramente após registrar pico em 2021, a proporção de sinistros que resultam em morte quase triplicou nos últimos quatro anos.

No Estado, a taxa de fatalidade saltou de 5,92% em 2021 para 14,10% em 2024.

Esse aumento sugere que houve uma maior incidência de colisões de alto impacto ou que envolvem categorias mais vulneráveis no ano passado, de acordo com o Anuário Estatístico de Trânsito 2025, divulgado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

O Anuário traz um panorama da realidade do trânsito mato-grossense de 2020 a 2024, com dados sobre a evolução da quantidade de condutores habilitados; infrações mais recorrentes; crescimento da frota de veículos; principais indicadores de causas; e fiscalização de condutores alcoolizados.

No período, conforme o levantamento, houve uma flutuação considerável no volume total de ocorrências, sendo que 2021 registrou o maior volume total de sinistros (9.689) e a menor taxa de sinistros fatais (5,92%).

No entanto, houve um aumento no número absoluto dos casos fatais, que cresceu de 574 em 2021 para 1.001 em 2024.

Consequentemente, o percentual dos acidentes com vitimais fatais em relação ao total apresentou uma tendência de crescimento acentuado.

Em 2020, os fatais representavam 9,56% do total, caindo para 5,92% em 2021, mas escalando para 14,10% em 2024.

Ao todo, foram contabilizados 7.101 sinistros no ano passado, sendo 60.100 (85,90%) apenas com danos materiais.

Entre as principais causas apontadas estão a alta velocidade, aliada à desatenção dos condutores seguem entre os principais comportamentos mais letais no trânsito no Estado.

“Somam-se a isso as imprudências de pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas - todos sujeitos às mesmas regras de convivência -, mas expostos a riscos diferentes”, traz o documento.

Os homens estão envolvidos na maioria dos episódios, representando entre 66% e 68% dos casos totais ao longo dos anos analisados.

Já as mulheres representam cerca de 32% a 34% dos casos.

Também entre o sexo masculino, a taxa de fatalidade aumentou de 8,8% em 2021 para 17,00% em 2024, e entre o feminino, saltou de 5,7% para 7,8% no mesmo período.

Quanto a faixa etária, o grupo dos 35 a 64 anos representa o maior percentual de acidentes em todo período analisado, passando de 36,1% em 2020 para 43,1% em 2024.

A participação da faixa etária mais jovem, 18 a 24 anos, embora seja a segunda mais expressiva, mostra uma tendência decrescente, caindo de 26,0% em 2020 para 21,2% em 2024.

Entre os 25 a 29 anos também houve uma leve redução em sua proporção, caindo de 14,3% para 12,3% no mesmo período.

Para o Detran, os dados, além de fornecer um panorama sobre o trânsito, servem como base para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes e medidas de segurança viária direcionadas nos 142 municípios mato-grossenses, que têm uma frota de mais de 2,7 milhões de veículos.

Do total, 499.028 (32%) circulam em Cuiabá.