Senado aprova “pauta-bomba” que concede aposentadoria integral a agentes de saúde

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (25) o projeto de lei complementar que garante aposentadoria com integralidade e paridade para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate a Endemias (ACE). A votação no plenário resultou em 57 votos favoráveis, duas abstenções e nenhum voto contrário.

A proposta, de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), agora segue para análise da Câmara dos Deputados. Se aprovada, assegurará aos agentes aposentadoria com valor equivalente ao salário recebido na ativa, incluindo reajustes, além de pensão por morte e aposentadoria por incapacidade permanente decorrente de doença profissional ou relacionada ao trabalho.

Quem poderá se aposentar

  • Homens: a partir de 52 anos

  • Mulheres: a partir de 50 anos

  • Exigência mínima: 20 anos de efetivo exercício na função

  • Também será possível se aposentar com 15 anos como agente e mais 10 anos em outra ocupação.

A regra também vale para agentes que estejam em readaptação funcional por motivo de saúde ou que tenham trabalhado sob diferentes nomenclaturas de cargo, desde que a atividade desempenhada seja equivalente.

No Brasil, mais de 400 mil profissionais atuam como agentes comunitários e de combate a endemias, desempenhando papel fundamental na atenção primária, vigilância epidemiológica e ações de prevenção.

Debate sobre impacto financeiro

A proposta gerou debate entre parlamentares. Críticos classificaram o projeto como uma “pauta-bomba”, ressaltando que a medida pode elevar significativamente os gastos da Previdência Social nos próximos anos.

Defensores da proposta, porém, destacaram o trabalho essencial realizado pelos agentes, especialmente em áreas vulneráveis, afirmando que a atuação preventiva desses profissionais gera economia ao evitar internações e tratamentos de maior complexidade. Para o relator Wellington Fagundes (PL-MT), investir na categoria resulta em impacto positivo no sistema de saúde como um todo.

Caminho até a sanção

Com a aprovação no Senado, o texto segue para votação na Câmara dos Deputados. Caso receba aval dos deputados, será enviado à Presidência da República para sanção. A aprovação é considerada uma conquista histórica pela categoria, enquanto opositores alertam para os desafios fiscais da implementação.

/ G1