Empresário acusa negligência após possível intoxicação por uísque adulterado e vai processar hospital em Água Boa
Água Boa, MT — O empresário Igor Thomae Rodrigues, de 27 anos, afirma ter sido vítima de negligência médica no Hospital Regional Paulo Alemão após sofrer uma possível intoxicação causada por uísque adulterado. Ele relata que ingeriu cerca de 700 ml da bebida, adquirida em um supermercado da cidade, e apresentou fortes sintomas dois dias depois, incluindo vômitos, falta de ar e, posteriormente, perda temporária da visão.
Segundo Igor, ao buscar atendimento no hospital, os profissionais teriam realizado procedimentos inadequados, como abrir sua boca para “sentir o cheiro da bebida”, sem solicitar exames laboratoriais ou toxicológicos. De acordo com o empresário, o tratamento se resumiu à administração de soro e medicamentos básicos, e ele recebeu alta horas depois, apesar do quadro clínico.
Os sintomas continuaram, e no dia seguinte ele teria retornado à unidade, onde novamente não houve solicitação de exames específicos. Diante da piora, Igor buscou atendimento particular e acabou sendo transferido para um hospital em Goiânia, onde recuperou a visão. Após o episódio, ele afirmou que irá acionar judicialmente tanto o hospital quanto o supermercado que teria comercializado a bebida falsificada.
Versão do hospital
O Hospital Regional Paulo Alemão divulgou nota informando que, no atendimento realizado em 16 de outubro de 2025, o paciente apresentava quadro compatível com intoxicação por etanol e que, pelas características clínicas, não foi possível confirmar intoxicação por metanol, já que não foram coletadas amostras para exames toxicológicos. A unidade afirma que o paciente apresentou melhora e solicitou alta voluntária em 18 de outubro, sendo orientado a procurar atendimento especializado em outra unidade.
O hospital declarou ainda que seguiu os protocolos de segurança e vigilância epidemiológica e que não há confirmação clínica ou laboratorial de intoxicação por metanol no caso.
Impactos no município
Após o caso ganhar repercussão, a Vigilância Sanitária local intensificou a fiscalização e identificou lotes suspeitos de uísque adulterado na cidade. Autoridades reforçam a importância de a população verificar a procedência das bebidas, especialmente em períodos de maior consumo.
O caso segue em investigação, enquanto o empresário reúne documentos e relatórios médicos para ingressar com as ações judiciais anunciadas.
/ Agência de Notícias
