Mato Grosso do Norte: proposta de criação de novo estado volta ao debate histórico

A ideia de emancipação do Mato Grosso do Norte voltou a ganhar visibilidade com o resgate de dados históricos, econômicos e territoriais sobre o chamado Nortão. A região, que se consolidou socialmente a partir da década de 1970 com a expansão da BR-163 e a fundação de Sinop, tornou-se referência de desenvolvimento e símbolo do agronegócio nacional.

Com 36 municípios abrangendo uma área de 235.518 km² — maior que 14 estados brasileiros —, a proposta delimita como capital a cidade de Sinop, fundada no auge da migração incentivada pela abertura de novas frentes agrícolas.

Força econômica

O Nortão tem posição de destaque no cenário agroindustrial. Em 2023, 14 municípios figuraram entre os 100 maiores em Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do país. Sorriso lidera o ranking com R$ 11,47 bilhões, seguido por Nova Ubiratã e Nova Mutum. A economia regional inclui esmagamento de soja, produção de etanol de milho, frigoríficos e mineração de ouro, consolidando-se como polo estratégico para o agronegócio.

Municípios envolvidos

Entre os municípios que comporiam o possível Mato Grosso do Norte estão: Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Alta Floresta, Colíder, Peixoto de Azevedo, Matupá, Juara, Guarantã do Norte, Tapurah, Nova Ubiratã, Terra Nova do Norte, entre outros.

Projetos de emancipação

As iniciativas legislativas para criação de novos estados ganharam fôlego nos anos 2000, com propostas que também incluíam o Estado do Araguaia e o Estado de Aripuanã. Nomes como Wellington Fagundes, Rogério Silva e Fernando Gabeira chegaram a apresentar decretos legislativos, mas nenhum deles avançou até a fase de consulta popular.

Atualmente, a criação do Mato Grosso do Norte não está em pauta na agenda política nacional, mantendo a região como parte estratégica de Mato Grosso, mas sem autonomia administrativa.

Correio do Estado / Liberdade FM