Menopausa precoce: condição afeta mulheres cada vez mais jovens e ainda é cercada de silêncio

ARAGUAIA – Por muito tempo, a menopausa foi associada à faixa etária próxima dos 50 anos. No entanto, especialistas alertam que muitas mulheres atravessam essa fase bem antes, em alguns casos aos 45, 40 ou até mesmo antes dos 35 anos. A condição é chamada de menopausa precoce e ainda enfrenta tabu e falta de informação.
Segundo a médica ginecologista Bruna Ghetti, referência em saúde íntima e longevidade feminina, os primeiros sinais são sutis e frequentemente ignorados. Entre eles, estão ciclos menstruais irregulares, ondas de calor, alterações de humor, ressecamento vaginal e dor nas relações sexuais. Muitos desses sintomas, explica a especialista, acabam sendo confundidos com estresse ou sobrecarga de trabalho.
A menopausa precoce não se resume à perda da fertilidade. A queda precoce do estrogênio pode trazer consequências significativas para a saúde, como aumento do risco de osteoporose, doenças cardiovasculares, alterações metabólicas e até quadros de depressão.
O maior desafio, de acordo com Ghetti, é o silêncio em torno do tema. “Fala-se de anticoncepção, fala-se de fertilidade, mas pouco se fala da vida quando os hormônios declinam cedo demais. Muitas mulheres passam por isso sozinhas, sem diagnóstico e sem acompanhamento adequado”, destaca.
A médica reforça que a condição precisa ser investigada e tratada individualmente, podendo incluir reposição hormonal, quando indicada, ou alternativas não hormonais para aliviar os sintomas e proteger a saúde.
“É urgente quebrar esse silêncio. A menopausa precoce não deve ser vista como destino ou azar biológico, mas como uma condição médica que precisa de atenção. O papel da medicina é devolver qualidade de vida, não apenas prolongar anos”, conclui a especialista.
Araguaia Noticias / Liberdade FM