Trump adia início de tarifas globais; mercados reagem com queda

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu adiar para 7 de agosto o início das tarifas recíprocas globais que estavam previstas para começar nesta quinta-feira (1º). A medida foi oficializada por meio de decreto executivo, determinando alíquotas que variam entre 10% e 41% para dezenas de países.

O Brasil está entre os afetados, com uma tarifa base de 10%. No entanto, Trump confirmou que irá elevar a taxa em 40 pontos percentuais, totalizando uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. A ação faz parte de uma política comercial que já vinha sendo sinalizada desde o início do ano.

O anúncio anterior previa a entrada em vigor das tarifas em abril, no chamado “Dia da Libertação”, mas uma pausa de 90 dias foi instituída para permitir negociações com países parceiros. Desde então, a medida passou por uma série de ajustes e adiamentos.


Reação dos mercados internacionais

A postergação das tarifas gerou impacto imediato nos principais mercados internacionais.

Na Ásia, índices acionários registraram quedas generalizadas. O japonês Nikkei 225 caiu 0,43%; o Kospi da Coreia do Sul recuou 1,08%; o Hang Seng de Hong Kong teve baixa de 0,12%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,08%. Em Taiwan, a queda ultrapassou 1% na abertura.

Na Europa, os mercados também operaram no vermelho. O índice Stoxx 600 recuou quase 1% e acumulou perdas pelo terceiro dia consecutivo. O índice alemão DAX caiu 1,1%, e o OMXC da Dinamarca despencou 2,8%, alcançando sua mínima em quase dois anos.

Ações de grandes farmacêuticas também foram afetadas após o envio de cartas da presidência americana exigindo queda nos preços dos medicamentos. Empresas como Novo Nordisk e Sanofi registraram baixas expressivas, o que puxou para baixo o setor de saúde como um todo.


Contexto da medida

As tarifas recíprocas de Trump fazem parte de uma estratégia comercial para pressionar países que, segundo ele, adotam posturas desfavoráveis aos interesses americanos. A política já gerou tensão com China, México, Canadá, União Europeia e Brasil, entre outros.

A expectativa inicial era de que as tarifas fossem retomadas em julho, mas tratativas em andamento com alguns blocos econômicos levaram a novos adiamentos. Ainda assim, o governo americano decidiu seguir com a aplicação das medidas para os países que, segundo Trump, não avançaram nas negociações.


Especialistas apontam riscos

Analistas alertam que a nova rodada de tarifas pode agravar a instabilidade econômica global, elevar a inflação e impactar negativamente as cadeias de suprimento. Empresas já estão reavaliando rotas de importação e exportação, o que pode afetar o fluxo de mercadorias em diversas partes do mundo.

Nos Estados Unidos, o receio é de que os efeitos da medida dificultem futuras reduções nas taxas de juros, mantendo o Federal Reserve em alerta diante de uma inflação que ainda não está totalmente controlada.


Impacto no Brasil

Apesar de afetado com uma das tarifas mais elevadas, o Brasil teve cerca de 45% das exportações isentas da cobrança, incluindo produtos como suco de laranja, café e aviões. No entanto, itens como carne bovina e minério de ferro deverão sentir os efeitos da medida, o que pode gerar pressão sobre o mercado interno.

O governo brasileiro tem mantido uma postura diplomática diante das medidas, buscando fortalecer relações com outros parceiros comerciais e diversificar os destinos das exportações nacionais.


Resumo

Aspecto Detalhes
Nova data de vigência 7 de agosto de 2025
Tarifas De 10% a 41%, com o Brasil atingindo 50%
Mercados Quedas na Ásia e Europa; setor farmacêutico em baixa
Riscos Inflação, instabilidade global e desaceleração econômica
Brasil Parcialmente isento, mas com setores-chave afetados

 


A nova rodada de tarifas de Trump renova as incertezas no cenário internacional e acende alertas sobre o futuro da economia global, em um momento de recuperação ainda sensível em muitos países.

Fonte: CNN

Redação: Liberdade FM