Operação contra atuação de facções em presídios de MT apreende 1,7 mil celulares e drogas
Balanço das ações realizadas em unidades prisionais foi divulgado nesta segunda-feira (24) pela Secretaria de Justiça de Mato Grosso (Sejus-MT).
A Operação Tolerância Zero apreendeu 1.754 celulares, além de 737 carregadores e 151 armas artesanais, nas 41 unidades prisionais de Mato Grosso. O balanço das ações realizadas nos últimos quatro meses foi divulgado nesta segunda-feira (24) pela Secretaria de Justiça (Sejus-MT), durante uma coletiva de imprensa.
O programa Tolerância Zero foi lançado em novembro de 2024 e trouxe uma série de medidas para intensificar o combate às facções criminosas no estado, inclusive dentro dos presídios.
Na coletiva, estavam presentes no evento o governador Mauro Mendes e os secretários de Estado de Segurança Pública, coronel PM César Roveri, e de Justiça, Vitor Hugo Teixeira.
De acordo com o governo, durante a operação, também houve redução no número de ocorrências envolvendo o setor agrícola, com uma queda de 81% em roubos e 58% em furtos de cargas.
Confira os dados divulgados:
- 216 operações realizadas em 41 unidades prisionais
- 3.058 porções de drogas apreendidas (maconha e cocaína)
- 1.754 aparelhos de celular apreendidos
- 737 carregadores
- 734 chips de celular
- 151 armas artesanais
Mato Grosso na rota do crime.
A violência associada às facções criminosas em Mato Grosso vem deixando rastros de brutalidade e medo em várias regiões do estado. Em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, a adolescente Gabriela da Silva Pereira, de 16 anos, foi torturada e morta após fazer uma live criticando a qualidade da droga vendida por uma facção.
Na época, dois suspeitos, de 20 e 24 anos, foram presos e autuados por tortura, organização criminosa e homicídio qualificado. Segundo a Polícia Civil, a crítica feita pela vítima nas redes sociais foi interpretada como propaganda para um grupo rival, o que motivou o crime.
Outro caso bárbaro ocorreu em Porto Esperidião, a 358 km de Cuiabá. As irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, e Rithiele Alves Porto, de 28 anos, foram mortas após fazerem, supostamente, um gesto associado a uma facção rival durante um festival de pesca. Candidata a vereadora, Rayane administrava um circo com a irmã, e ambas foram sequestradas e torturadas em um cativeiro. Outros dois jovens também foram mantidos no local, mas um deles conseguiu escapar e denunciar o crime.
A situação alarmante de violência em Mato Grosso é confirmada pelos dados do Atlas da Violência 2024 e do Monitor da Violência. O município de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, ocupou a 7ª posição entre as cidades mais violentas do Brasil, com uma taxa de 77 homicídios por 100 mil habitantes em 2022.
No estado, os números de 2023 mostram 919 homicídios dolosos registrados, além de 15 casos de latrocínio e dois de lesão corporal seguida de morte, totalizando 936 crimes violentos. Esses dados, compilados pelo Monitor da Violência, expõem a crescente presença de facções criminosas e a urgência de medidas enérgicas para conter o avanço do crime no estado.
Fonte: G1 MT
Redação: Liberdade FM