MT é o 2º estado com mais alunos de 15 a 17 anos fora das salas de aula, aponta IBGE
Região Centro-Oeste também registrou o 2º pior índice de frequência escolar do Brasil em três faixas etárias. Entre as capitais, Cuiabá é a 9ª com maior número de pessoas de 25 anos ou mais com nível superior completo.
Mato Grosso registrou 32.357 alunos de 15 a 17 anos fora das salas de aula e se tornou o estado com o segundo pior índice no ranking de frequência escolar entre essa faixa etária no Brasil (80,14%), ficando atrás apenas de Roraima (78,78%), de acordo com o Censo 2022 de Educação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (26). A taxa é 1,4% menor em comparação ao índice registrado no Censo anterior, realizado em 2010.
O estado também ocupa a 23ª posição do país entre alunos de 18 a 24 anos (25,66%) e a 21ª entre alunos de 6 a 14 anos, com 97,66%, uma diferença de 1,33% em comparação com Distrito Federal, que ocupa o 1º lugar (98,96%).
Os dados ainda mostram que Mato Grosso ocupa o 9ª posição em relação a crianças de 0 a 3 anos dentro das creches ou pré-escolas (32,86%). A taxa está abaixo da média nacional, que é de 33,9%. Entre estudantes de 4 a 5 anos, o estado ocupa o 19º lugar, com 82,83%, número também abaixo da média nacional (86,7%).
Conforme o IBGE, apenas o município de Tesouro apresentou 100% de frequência escolar entre alunos de 4 a 5 anos, enquanto os municípios de Reserva do Cabaçal (56,2%) e Luciara (53,6%) atingiram a meta quanto à frequência escolar bruta para crianças até 3 anos, com 56,2% e 53,6% respectivamente.
Entre os estudantes de 25 anos ou mais, o estado está em 10º lugar no ranking de frequência em salas de aula (6,78%). Já entre as capitais brasileiras, Cuiabá é a 9ª com maior número de pessoas de 25 anos ou mais com nível superior completo (30,3%). Veja a lista abaixo:
- Florianópolis (SC): 41,8%
- Vitória (ES): 41,8%
- Brasília (DF): 37%
- Curitiba (PR): 36,9%
- Porto Alegre (RS): 34,8%
- Belo Horizonte (MG): 32,9
- Palmas (TO): 32,7%
- Goiânia (GO): 30,5%
- Cuiabá (MT): 30,3%
- Aracaju (SE): 30%
- São Paulo (SP): 29,9%
- João Pessoa (PB): 29,4%
- Recife (PE): 28,7%
- Rio de Janeiro (RJ): 27,3%
- Campo Grande (MS): 26,7%
- Macapá (AP): 25,5%
- Natal (RN): 24,8%
- Rio Branco (AC): 24,2%
- Teresina (PI): 23,9%
- Boa Vista (RR): 23,1%
- Maceió (AL): 22,8%
- Belém (PA): 22,6%
- São Luís (MA): 21,6%
- Salvador (BA): 21,4%
- Fortaleza (CE): 21,2%
- Porto Velho (RO): 20,6%
- Manaus (AM): 19,8%
Quanto à cor ou raça da população mato-grossense, as populações de cor ou raça branca e de cor ou raça amarela apresentaram os maiores índices para as crianças e jovens entre 4 e 14 anos, enquanto a população de cor ou raça preta apresentando a maior taxa de frequência escolar bruta apenas entre crianças de 0 a 3 anos. Já os indígenas apresentam os menores índices entre três das cinco faixas etárias analisadas.
A região Centro-Oeste registrou o 2º pior índice de frequência escolar do Brasil em três faixas etárias. A única taxa em destaque é entre a população de 18 a 24 anos (28,9%), ficando atrás apenas da região Sul (29,8%). Os estudantes da região Norte apresentam a pior frequência escolar do país até os 17 anos.
Ao olhar para o Brasil, de 2000 a 2022, os dados mostram que as taxas de frequência escolar avançaram em todas as regiões -- e em quase todos os grupos etários. As desigualdades regionais, no entanto, permanecem.
Brasil longe da meta
O aumento da frequência escolar no Brasil foi mais expressivo entre as crianças pequenas. Em 2000, 9,4% das crianças de até 3 anos estavam na escola. Em 2010, este percentual subiu para 23,5%, e para 33,9% em 2022 -- ainda longe do mínimo de 50% da meta do Plano Nacional de Educação (PNE).
Dos 5.570 municípios brasileiros, apenas 646 superaram a meta de 50% de frequência para crianças de 0 a 3 anos, o que representa apenas 11% do Brasil. Em 325 cidades, esse indicador estava abaixo de 10%.
"Continua abaixo da meta que o plano estipulava, mas houve uma evolução bem significativa. Em outras faixas que também foram objeto de políticas públicas, como de 4 e 5 anos, também há uma evolução bem grande, afirma o analista de divulgação do IBGE Bruno Mandelli Perez. "Mas a gente ainda tem muito a conseguir, o acesso escolar continua distante das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação".
A única faixa que apresentou redução na frequência escolar foi a de 18 a 24 anos, que passou de 31,3% em 2000 para 27,7% em 2022. No entanto, isto aconteceu porque muitos jovens adultos cursavam os ensinos Fundamental e Médio atrasados.
Entre as unidades federativas, as menores taxas de frequência escolar para as faixas de 0 a 3 anos e de 4 a 5 anos foram encontradas no Amapá -- 12% e 65%, respectivamente. Já Roraima apresentou as menores taxas para os grupos de 6 a 14 anos (91,5%), 15 a 17 anos (78,8%) e 18 a 24 anos (24%).
Fonte: G1 MT
Redação: Liberdade FM