Correios: Prejuízo cresce 780% e estatal adota plano para seguir de portas abertas
Direção da empresa reconhece no balanço que “a capacidade de continuidade operacional dos Correios foi objeto de análise por parte da administração”
O prejuízo dos Correios cresceu quase oito vezes e a estatal adotou medidas para permanecer de portas abertas.
A empresa anunciou prejuízo de R$ 785,5 milhões no terceiro trimestre, valor 780% maior que o visto no ano anterior.
O rombo da estatal tem crescido diante da piora das duas principais linhas do balanço de qualquer empresa: caíram as receitas e cresceram os custos e as despesas.
No acumulado dos nove meses, o prejuízo dos Correios soma R$ 2,1 bilhões. Em um ano, a perda saltou 159%.
Entre julho e setembro, os Correios receberam R$ 4,8 bilhões dos clientes que pagaram pelos serviços prestados, valor 2% menor que o visto em igual período do ano passado.
Ao mesmo tempo, o custo desses mesmos serviços prestados aumentou 7% para a empresa, e somou R$ 3,9 bilhões.
Há, porém, outras despesas ligadas à atividade da estatal, como os gastos administrativos. Essa conta aumentou 23% em um ano, e já soma R$ 1,6 bilhão. Entre elas, o pagamento de salários aumentou 42% em um ano, e somou iguais R$ 1,6 bilhão.
“A variação do período teve como principais responsáveis, o reajuste salarial, gratificações de funções, anuênios outros benefícios aos empregados, estabelecidos no Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2024”, cita a empresa.
Continuidade operacional
Diante dos prejuízos seguidos, a direção da empresa reconhece no balanço que “a capacidade de continuidade operacional dos Correios foi objeto de análise por parte da administração”.
Essa avaliação gerou um plano de ação para permitir que a empresa siga de portas abertas.
Basicamente, o plano tem três pilares: 1) ampliar serviços no comércio elétrico, 2) ser o fornecedor preferencial do poder público e 3) reclamar por créditos tributários.
“Essas medidas têm o potencial de reverter o patrimônio líquido negativo, os prejuízos acumulados, redução de caixa e o capital circulante líquido no longo prazo”, cita a empresa.
No balanço, a empresa lembra ainda que, diante da natureza dos serviços prestados e de terem caráter essencial, a estatal não se sujeita à Lei de Recuperação Judicial. “A manutenção das operações dos Correios, empresa pública de controle da União, é assegurada por legislação específica”, diz o balanço.
“A fundamentação legal e justificativa concreta asseguram a continuidade operacional dos Correios, sendo uma empresa essencial e estratégica ao interesse público, a União tem a obrigação legal e o compromisso político de garantir que os serviços postais e logísticos operados pela empresa sejam contínuos e eficientes, mitigando qualquer risco de descontinuidade”, diz o documento.
Fonte: G1
Redação: Rádio Liberdade FM