França; protecionismo disfarçado de sustentabilidade e a urgência de ação do governo brasileiro
O Brasil enfrenta uma clara tentativa de enfraquecimento de sua competitividade no mercado global.
A Lei Antidesmatamento Europeia (EUDR), disfarçada de medida ambiental, é uma barreira comercial que visa proteger mercados europeus, principalmente o francês, enquanto prejudica produtores brasileiros que seguem as legislações mais rigorosas do mundo.
O Brasil enfrenta uma clara tentativa de enfraquecimento de sua competitividade no mercado global.
A Lei Antidesmatamento Europeia (EUDR), disfarçada de medida ambiental, é uma barreira comercial que visa proteger mercados europeus, principalmente o francês, enquanto prejudica produtores brasileiros que seguem as legislações mais rigorosas do mundo.
Nosso Código Florestal exige que agricultores preservem 80% de suas terras no bioma amazônico e 35% no Cerrado, mesmo em áreas agricultáveis.
Esses números contrastam com a França, que já devastou cerca de 70% de suas florestas originais e preserva apenas áreas não aráveis.
Além disso, o Brasil mantém 66% de seu território nacional preservado, enquanto a agricultura ocupa somente 7,8% do território.
O sistema de plantio direto brasileiro sequestra 1,6 toneladas de carbono por hectare ao ano, um modelo que a França simplesmente não adota.
A hipocrisia francesa é evidente. Adicionalmente, a França, com sua poluição do ar responsável por 48 mil mortes anuais, deveria antes olhar para suas próprias falhas ambientais.
Diante desse cenário, é inaceitável que o governo brasileiro mantenha uma postura passiva. É urgente que sejam adotadas medidas concretas para defender nossos produtores e nossa reputação global:
1. Ação na OMC: O Brasil deve denunciar a EUDR como uma barreira comercial disfarçada, violando os princípios do livre comércio e da não discriminação.
2. Revisão de incentivos fiscais: Empresas francesas que operam no Brasil, como Carrefour e Danone, devem ter seus incentivos fiscais revisados ou condicionados ao apoio explícito às práticas sustentáveis brasileiras.
3. Tarifas retaliatórias: Impor tarifas adicionais sobre produtos franceses como vinhos, queijos e perfumes, incentivando a substituição por produtos de mercados mais justos.
4. Diversificação de mercados: Ampliar acordos comerciais com países da Ásia, Oriente Médio e África, reduzindo a dependência de mercados europeus.
5. Campanhas globais: Promover a imagem do Brasil como líder em sustentabilidade, com dados concretos, em fóruns globais e campanhas publicitárias internacionais.
O Brasil precisa reagir com inteligência e estratégia. Temos a responsabilidade de proteger nossos produtores e a verdade sobre nossa sustentabilidade.
Não podemos aceitar que um país com um histórico de destruição ambiental e práticas protecionistas como a França dite regras injustas que comprometem nosso futuro.
O momento exige ação firme e coordenada de nosso governo. O Brasil é líder em preservação e produção sustentável, e é assim que deve ser reconhecido.
Fonte: Lucas Costa Beber é presidente da Aprosoja
Redação: Rádio Liberdade FM