Mais de 100 indígenas foram coagidos para votar em prefeito eleito em MT, diz PF
Uma investigação feita pela Polícia Federal aponta que mais de 100 eleitores indígenas da etnia Enawene Nawe foram aliciados para influenciar no resultado das eleições municipais deste ano, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá.
Nesta sexta-feira (8), dois servidores públicos foram alvos de uma operação deflagrada pela PF, que investiga um esquema de aliciamento de eleitores indígenas.
De acordo com a PF, os envolvidos teriam coagido indígenas a transferirem os títulos eleitorais para Brasnorte, com o intuito de votarem em determinados candidatos a vereador e a prefeito.
A investigação da polícia também aponta que os servidores estariam envolvidos no fretamento de dois ônibus para transportar eleitores indígenas ao município durante o período eleitoral. A identidade deles não foi revelada.
O prefeito eleito por Brasnorte foi Edelo Ferrari (União), com 4.634 votos (50,85% dos votos válidos). Em segundo lugar ficou o Delegado Eric Fantin, com 4.479 votos (49,15%).
Uma diferença de 155 votos, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Brasnorte, que informou não ter conhecimento oficial dos fatos apurados pela operação e que, assim que tiverem acesso às informações, prestarão os esclarecimentos necessários. Já Edelo não deu retorno até esta publicação.
Quem é Edelo Ferrari
Edelo Ferrari tem 43 anos, é solteiro, tem superior incompleto e declara à Justiça Eleitoral a ocupação de prefeito.
Ele declarou um patrimônio de R$ 1.126.972,18. A vice-prefeita eleita em Brasnorte é Professora Rose, do PSB, que tem 53 anos. Os dois fazem parte da coligação VAMOS JUNTOS SEGUIR EM FRENTE, formada pelos partidos MDB, PSB, PSD, PRD e UNIÃO.
Liberdade FM